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Conceitualização

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ARTICULAÇÃO DO PROJETO DE EDUCOMUNICAÇÃO NA
DESENVOLVIMENTO SOLIDARIEDADE DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA
VULNERÁVEL NA AMÉRICA LATINA E NO CARIBE.

VISÃO DA EDUCOMUNICAÇÃO
(Marco conceitual)

 

A novidade da experiência no Projeto de articulação da Educomunicação reside principalmente na possibilidade de formar redes de comunicação abertas, dinâmicas e colaborativas em espaços educacionais formais e não formais, conferindo à diversidade dos processos de comunicação em ação a importância e importância que garanta uma melhor qualidade de reuniões e relacionamentos. “... cada um ... tem em si uma identidade pessoal, capaz de dialogar com os outros e com o próprio Deus. A capacidade de reflexão, argumentação, criatividade, interpretação, elaboração artística e outras habilidades inéditas mostram uma singularidade que transcende o ambiente físico e biológico. ” 1

A educomunicação não começa com a leitura da mídia, mas com os processos de comunicação que sustentam e enriquecem a prática da ação comunicativa . 2 Trata-se de favorecer a formação integral de parceiros sociais que constroem em relação aos outros o senso dialógico e crítico de sua própria essência como pessoa 3 e sua realização no compromisso e liderança social que eles devem assumir e garantir: dinamicidade, transformação e mutação de crianças, jovens, ambientes e cenários a partir dos processos de comunicação que se desenvolvem na cultura digital nascente em que nos encontramos.

É interessante refletir sobre o paradigma da educomunicação, como a possibilidade de construir um novo imaginário que expresse a novidade e a dinamicidade da comunicação que a assume como uma leitura crítica dos processos comunicativos 4 em que nos movemos. A educomunicação é um campo emergente de práticas sociais interdisciplinares e interdiscursivas, que assume conceitos de outros campos, como filosofia, antropologia, comunicação, educação, sendo de significância relevante a abertura e o diálogo que se desenvolve diante de diferentes posições conceituais, como Por exemplo, os princípios apresentados por Edgar Morín 5 a partir da realidade do pensamento complexo, sendo a educomunicação uma prática de pensamento complexo que considera a pessoa de uma filosofia humanística como ontologicamente integrada para o encontro 6 .

A partir do momento em que a comunicação é lida de forma crítica, novas propostas são assumidas e desenvolvidas, de mudanças inovadoras para o processo educativo-comunicativo convergente, bem como para o desenvolvimento do pensamento, a construção do conhecimento, a formação da juventude e a educação. o treinamento de parceiros sociais, na dinamicidade das relações que se desenvolvem. É assim que se pode dizer que foi a partir do diálogo social que a abordagem conceitual da educomunicação foi alcançada e é a partir do diálogo social que devem ser feitos progressos na construção polissêmica do conceito.

As grandes linhas de pesquisa que apóiam a razão de ser da educomunicação como paradigma contemporâneo da linguagem polissêmica são aquelas que, a partir da transformação do imaginário social, respondem à necessidade de saber como habitar a cultura digital nascente com tudo que dela emerge. , em termos de formas, novas linguagens, manifestações, dinâmica e processos comunicacionais, sociais, religiosos, simultâneos e conscientes, com o objetivo de integrar e gerar reformas efetivas que promovam uma melhor qualidade de vida e relacionamento nas novas gerações.

É assim que faz sentido aprofundar o significado das estradas que oferecem argumentos oportunos para a necessidade de abordar a cultura digital. Esse é um dos desafios que a abordagem da pesquisa em educomunicação reconhece porque "Mídia e tecnologias são para jovens locais de desenvolvimento pessoal que, por mais ambíguos e até contraditórios, fazem deles seu próprio território". 7 Assim, a educomunicação deve ser assumida a partir de uma abordagem conceitual que a coloca como “ um novo campo interdisciplinar com referências teóricas e metodológicas próprias” 8 , caracterizado pela atitude de busca permanente, de respostas conceituais a novos contextos sociais, culturais, comunicacional na sociedade contemporânea.

A partir dessa reflexão, é possível entender Ismar de Oliveira mantendo como “ Os novos espaços cibernéticos da educação implicam um avanço espetacular e, ao mesmo tempo ... obrigam os educadores a conhecer melhor o sentido dialógico, solidário, pessoal e intercultural e diferenciar claramente comunicação do campo de dispositivos, programas ... para enfocar processos sociais e pessoais, reflexão coletiva, participação e a busca comum e criativa de soluções para os problemas próximos e distantes do mundo ... " . 9

A metodologia da educomunicação tem como primeiro motor o encontro que se forma e transforma, que estabelece redes na diversidade de experiências, cria um clima de interações e respeito aos contextos, cenários, processos que estão gestando10, levando em consideração a riqueza e a heterogeneidade de que interagem em espaços e ambientes educacionais formais e não formais.

A formação de ecossistemas edu-comunicação na lógica da proposta gera equilíbrio, harmonia e convergência, a partir da simultaneidade de processos e experiências, de maneira que o vínculo entre teoria e prática na experiência consciente e participativa que, seguindo o pensamento de Barranquero 11 ( 2007), garante a busca de articulações coletivas e dialógicas baseadas no uso de processos e ferramentas de comunicação, garante o progresso e a formação integral da pessoa, melhorando substancialmente a qualidade dos processos de comunicação e reunião, desenvolvidos em A experiência de treinamento.

Essa estratégia metodológica inovadora tem como características na práxis a responsabilidade pessoal de todos os membros das comunidades educacionais, o pertencimento institucional e a riqueza da contribuição que da própria história pode ser oferecida, promovendo um ambiente empático de valorização de as diferenças e assunção de tarefas de acordo com o potencial que cada um pode oferecer. 12 Constata-se que não é possível falar em educomunicação sem a identificação de indicadores que garantam a transformação da pessoa em todas as suas dimensões e garantam a qualidade dos parceiros sociais que são acompanhados nos processos, do campo educacional - comunicativo, no diferentes cenários em que a ação comunicativa ocorre.

Por outro lado, a construção coletiva implica a aplicação de uma série de estratégias de trabalho colaborativo a partir da abordagem educomunicativa: análise crítica, debates, trabalho de pares, diálogo, pesquisa colaborativa, documentos de estudo, grupos de discussão, construção coletiva, entre outros. , todos buscam convergência, em um clima sereno, não de competição, mas de recepção, escuta e enriquecimento mútuo. ... " Tendo em mente que os elementos constitutivos da ideologia traduzidos pelo conceito de educomunicação ... São coexistência produtiva, criativa e colaborativa ... com as tecnologias da informação e, em terceiro lugar, a gestão de processos de comunicação dentro do ecossistema educacional ... " 13

Nesse momento, a práxis da educomunicação não apenas leva ao trânsito pela nova metodologia na experiência dos processos de comunicação e na própria ação comunicativa, mas propõe o que favorece educadores, animadores, comunicadores, crianças e adolescentes e que possibilita habitar a cultura emergentes digitais, com responsabilidade pessoal e compromisso social, promovendo um diálogo circular, aberto e comprometido no encontro com o outro.

A educomunicação é um modelo aberto e flexível, com visões antagônicas e convergentes que enriquecem o corpo da doutrina a partir das diferentes abordagens em que são abordadas; não se trata de “mais da mesma coisa”, mas que a força profética dos relacionamentos é reconhecida comunicativo na construção de uma nova ordem social chamada a liderar espaços de entendimento crítico, transformação social e trabalho coletivo. Freire e Kaplun, considerados por muitos pais de educomunicação, desenvolvem experiências totalmente diferentes em campos autônomos, mas intimamente relacionadas pela mesma natureza do exercício formativo, educando como direito de todos e não como privilégio de alguns, e educando a partir do princípio da equidade em aquele que “todos têm voz” todos têm o direito e, no sentido de que o princípio da dialogicidade é o mecanismo a partir do qual é construída a rede de relações que gera novos espaços para a construção do conhecimento compartilhado.

O argumento discursivo transversal da educomunicação nos permite discutir a diversidade de experiências e pensamentos de autores que, a partir de sua própria experiência, desenvolvem um olhar peculiar sobre educomunicação, apenas enriquecem o arcabouço conceitual em que se fundamenta a reflexão e a sistematização. do tema. Fuenzalida no Chile, com base na própria experiência televisiva, concebe a educomunicação, como a capacidade de formar audiências, o pensamento crítico e o confronto de idéias, a abordagem defendida é Educação à comunicação, a partir da mídia com ênfase em treinamento crítico, contextualizado nos cenários complexos apresentados na América Latina. 14

Outro é o olhar oferecido por Jesús Martín Barbero, espanhol-colombiano, que oferece uma abordagem diferente a Fuenzalida, focando na educação-comunicação a partir da complexidade das mediações, como proposta comunicacional evidenciada ao longo de sua própria experiência, os contextos que comunicam a manifestações da cultura popular, que é gerida e cresce na simplicidade do povo e que dá força à palavra, transformação e mediações. 15

A leitura do cotidiano da experiência cultural reforça a ideia de que são apresentados processos de comunicação que exigem respeito pela realidade e, uma vez que, sem um reconhecimento mínimo das matrizes culturais dos diferentes setores sociais, não é possível formar parceiros sociais. comprometidos com a história e o patrimônio cultural. A abordagem de Francisco Gutiérrez 16 à educomunicação baseia-se no senso de trabalho colaborativo, na comunicação total e na importância da escuta, do diálogo, da construção coletiva, da aprendizagem como uma experiência social, que requer reuniões que gerem conhecimento e transmitir espaços de relacionamento e transformação social, é nessa perspectiva que a educomunicação é acolhida e fortalecida como uma nova referência paradigmática no marco da história dos processos de comunicação em várias partes do mundo.

Para Prieto Castillo 17, o significado e a relevância da educomunicação residem em sua identidade de educador que busca conhecer os outros como estilo educacional e princípio comunicativo; a educomunicação referida à mediação pedagógica é reconhecida como uma estratégia de importância vital para formar parceiros Liderança saudável e identidade do cidadão, para a própria história e para o mundo ao qual ela pertence. Nesse sentido, o Papa Francisco, ao falar da ecologia humana, declara: " Nesse universo, formado por sistemas abertos que se comunicam ... é possível ... descobrir inúmeras formas de relacionamento e participação ..." 18 , bem como com a diversidade dos ambientes sociais da América Latina.

 

A riqueza da diversidade de pensamentos, olhares, ênfases que participam do construto epistemológico da educomunicação pode ser afetada pela dispersão do argumento que a sustenta, no entanto, existem pontos comuns que cada um dos teóricos da educomunicação reconhece de maneira velada ou direta, mas que no processo de sistematização é vista como âncora19 que norteia o norte do processo de construção argumentativa e sistemática desse paradigma.

 

a. A dialogicidade como princípio da educomunicação , é a partir daqui que você deve pensar e trabalhar em educomunicação desde o início do diálogo que nos humaniza e favorece o encontro, a proximidade, a capacidade de entrar em um relacionamento ontológico com o outro. O perfil de um educador dialógico, de um comunicador dialógico, o espaço no qual o comunicador e o educador dialógico se encontram, torna-se, em consonância com essa reflexão, em educomunicação.

b. Práxis do compromisso social: a partir das raízes latino-americanas da educomunicação, o trabalho comum é apresentado, como um ambiente que gera compromisso social e mudança, na melhoria da qualidade dos relacionamentos. Uma prática coerente de uma comunicação interessada na ação cidadã, e muitas vezes produzida a partir da perspectiva do Diálogo, e que está na memória como referência evidenciada na práxis, o pensamento de Freire, que gerou uma proposta de comunicação educacional tecidual e educacional. compromisso social, democrático, aberto e transformador.

c. Em diálogo com outras disciplinas: a educomunicação tem a possibilidade de dialogar com outros pensamentos e disciplinas, a teoria da complexidade, a inteligência senciente, a força do trabalho colaborativo e projetos sociais, a teologia de suas diversas reflexões, com o objetivo de contribuir para o alicerce da práxis social e a possibilidade de apoiar e gerar novos processos comunicativos que levem em conta a diversidade de estilos, vozes, ênfases e realizações coletivas de uma perspectiva antropológica que define a pessoa como sendo a reunião.

d. Na metodologia dos projetos colaborativos interdisciplinares: a educomunicação favorece a estrutura de relações que buscam promover experiências de construção coletiva na diversidade de perspectivas em que se desenvolvem a partir da prática, trabalham a partir da prática de projetos, e este é um das possíveis ações da pedagogia da comunicação.

e Treinamento para a transformação comunicacional dos espaços educacionais O princípio nodal que garante uma nova visão edu-comunicacional do mundo e de seus relacionamentos nos convida a parar na reflexão de quão significativas são as experiências e sua relação com outras pessoas que transformam os contextos e cenários em que eles são habitados, você não pode pensar em uma teoria metodológica que não leve à transformação, ao encontro com o outro, para melhorar qualitativamente o nível de relacionamentos e interações em que você procura crescer como pessoa, como uma sociedade aberta, harmoniosa, equilibrada e equilibrada. aos desafios da contemporaneidade.

O ambiente edu-comunicação em espaços educacionais formais e não formais deve promover a interação de formas e a troca verbal entre os membros do grupo. valorizando a contribuição individual, promovendo o desenvolvimento de habilidades pessoais e de equipe, criando sinergia, aproveitando o conhecimento e a experiência dos membros, demonstrando a importância dos quatro conhecimentos propostos por Delors: aprender a ser, aprender a aprender, aprender conhecer, aprender a viver juntos 20 .

A cultura digital em que estamos imersos como migrantes que acompanham o processo de formação dos “nativos digitais” exige fazer parte da rede, com um espaço próprio que é apresentado como o cartão de identidade da rede21 e a possibilidade de socialização uma proposta aberta ao enriquecimento não apenas conceitual, mas sobretudo metodológica e compartilhada. Essa proposta de presença na rede, não de cabos ou satélites, mas de encontro e ajuda mútua, permitirá transformar contextos e cenários da perspectiva da edu-comunicação, sob a abordagem do documento Aparecida em que, reconhecendo a importância do ecossistema comunicativo da sociedade Atualmente, a igreja e seus pastores se comprometem publicamente a fazer um caminho com os comunicadores, acompanhando e incentivando iniciativas nesse campo, o que implica uma mudança considerável e qualitativa de mentalidade. 22

Dessa forma, é possível a efetiva realização do objetivo principal do projeto, apresentado como a possibilidade de articular 23 processos, áreas de intervenção e eixos transversais da Educomunicação no desenvolvimento solidário de crianças e adolescentes na América Latina e no Caribe, com ênfase na proeminência da comunidade, aberta ao diálogo crítico e construtivo com os novos cenários socioculturais, gerando ecossistemas comunicativos dinâmicos e democráticos a serviço do bem comum 24 . A educomunicação como teoria metodológica na práxis comunicativa infere uma visão convergente no processo educacional e que favorece a integralidade do fato educacional como estilo de comunicação, sendo um campo autônomo de relacionamento social favorece o tecido complexo do encontro e as relações humanas, assegurando uma melhor qualidade de vida e senso de pertença e responsabilidade com a própria história.

 

1 Cf. Papa Francisco No. 81

2 Cf. Ismar de Oliveira entrevista inédita, equipe interinstitucional CELAM-SIGNISFMA 2014.

3 Cf. APARICI e outros 2010, Educomunicação além de 2.0, cap. 1 Editorial Gedisa, Barcelona, Espanha.

4 Cf. Ismar de Oliveira entrevista inédita, equipe interinstitucional CELAM-SIGNISFMA 2014.

5 Cfr. Morin, (2009) E. Introdução ao pensamento complexo, Editorial gedisa.

6 Cf. MOLLO R., (2015) Navegando no novo continente da educação-comunicação: educomunicação uma estratégia para o encontro

7 MARTÍN BARBERO, Jesus. Prologue, em BACHER, Silvia. Tatuado pela mídia, dilemas da educação na era digital, Buenos Aires, Paidós, 2009, p. 14)

8 Cf. SOARES DE OLIVEIRA, Ismar 2002, Redes, gestão e cidadania, pág. 100 uma análise da comunicação Ed. Abya Yala, Quito- Equador

9 Cf. SOARES DE OLIVEIRA, Ismar 2013, Entrevista, Revista Communicate https://revistacomunicar.wordpress.com/2013/03/06/aularia-entrevista-a-ismar-de-oliveirasoares-en-torno-a-la- palavra na prática da educomunicação /.

10 Cf. ROMANI COBA (coordenador e outros) Aprendizado invisível em direção a uma nova ecologia da educação, coleção transmídia do século XXI

11 Cfr BARRANQUERO, Alejandro, 2007,? Conceito, instrumentos e desafios da educomunicação para a mudança social ?, em: Comunicar, Vol. XV, n. 29, Universidade de Huelva.

12 Cf. Documentos de trabalho em educomunicação.

13 Cf. SOARES DE OLIVEIRA, Ismar Educação participativa da mídia: a perspectiva da Licenciatura em Educomunicação, USP - Brasil http://www.educacionmediatica.es/comunicaciones/Eje%202/Ismar%20de%20Oliveira.pdf 12

14 Cf. Fuenzalida, (2014), entrevista não publicada com a equipe interinstitucional SIGNIS CELAM FMA.

15 Cf. Barbero J (2014) Entrevista não publicada com a equipe interinstitucional SIGNIS CELAM FMA.

16 Cf. Gutierrez, Fr. (2014) Entrevista não publicada com a equipe interinstitucional SIGNIS CELAM FMA.

17 Cf. Prieto C. (2014) Entrevista não publicada com a equipe interinstitucional SIGNIS CELAM FMA.

18 Papa Francisco, Laudato Sim?, Não 79

19 Cf. Ismar de Oliveira entrevista inédita, equipe interinstitucional CELAM-SIGNISFMA 2014.

20 DELORS Jacques, 1997. A educação contém um tesouro: informe à UNESCO da Comissão Internacional de Educação para o século XXI, Ed. UNESCO Courier

21 APARICI R. 2010 Educomunicação além do 2.0, editorial Gedicia, Bogotá Colômbia

22 Cf. documento Aparecida. Ed. Paulinas n. 486

23 Cf. MOLLO R., (2015) Navegando no novo continente da educação-comunicação: a educomunicação uma estratégia para o encontro.

24 Cf. Projeto articulação objetiva da educomunicação no desenvolvimento solidário de crianças e adolescentes na América Latina.